Caminho de ferro sem luz ao fundo do túnel
14 de junho de 2007
15 de maio de 2007
8 de abril de 2007
25 de fevereiro de 2007
Enterro do Entrudo
Terça-feira de Carnaval de 2007 em Vila Nova, Vila Real
O funeral ou a queima de um boneco de palha representando Judas Iscariotes é um costume conservado em diversas localidades de Trás-os-Montes e de outras regiões de Portugal.
A sua origem perde-se nos tempos. Em alguns lugares a Queima do Judas é feita no Sábado de Aleluia ou durante a Quaresma mas em localidades como Vila Nova, próximo de Vila Real, o costume de se representar o cortejo fúnebre, leitura de testamento e queima do Judas na forca, é antecipado, vá lá saber-se porquê, para a noite de Terça-feira de Carnaval, véspera de Cinzas.

Na festa, pois de uma pantomina se trata, misturam-se práticas pagãs com símbolos do cerimonial fúnebre católico: a cruz, o sacerdote, o caixão, o acompanhamento do defunto em procissão, até ao cemitério.
O funeral ou a queima de um boneco de palha representando Judas Iscariotes é um costume conservado em diversas localidades de Trás-os-Montes e de outras regiões de Portugal.
A sua origem perde-se nos tempos. Em alguns lugares a Queima do Judas é feita no Sábado de Aleluia ou durante a Quaresma mas em localidades como Vila Nova, próximo de Vila Real, o costume de se representar o cortejo fúnebre, leitura de testamento e queima do Judas na forca, é antecipado, vá lá saber-se porquê, para a noite de Terça-feira de Carnaval, véspera de Cinzas.

Na festa, pois de uma pantomina se trata, misturam-se práticas pagãs com símbolos do cerimonial fúnebre católico: a cruz, o sacerdote, o caixão, o acompanhamento do defunto em procissão, até ao cemitério.

O enterro, marcado para as 21h30, começou com os gaiteiros a tocar no largo junto à estrada, onde se juntou muito povo, incluindo mulheres, homens, jovens e crianças. 

Saindo do Café Vila Nova, local de encontro do grupo dinamizador, o cortejo fúnebre percorreu ruas estreitas e mal iluminadas da localidade, até chegar à forca, onde o Judas seria queimado.
Na estrada, os automobilistas, surpreendidos pela marcha fúnebre, abrandavam e sorriam, cúmplices.
À cabeça do funeral, atrás do caixão, alvo de todas as atenções, seguia a viúva carpideira, coadjuvada pelas comadres, representadas por actores e rapazes com jeito para a pantominice. Num meio pequeno e conservador, serem mulheres a representar estes papéis poderia não ser socialmente bem aceite.
Na escuridão da noite fria, iluminada pela luz dos archotes, membros do «staff» funerário retiram do caixão um boneco tosco, representando a figura de Judas, o traidor.


Num palco montado junto ao cadafalso, a leitura galhofeira da sentença, testamento e vida pecaminosa do Judas, numa crítica chocarreira aos hábitos e costumes da comunidade de vizinhos e moradores de Vila Nova.
A viúva de Judas enquanto chora desconsolada a morte do seu homem, vai deixando a porta aberta à companhia de outro. Ouve-se «Ganda puta, é o que tu és!»
A viúva, divertida e de língua solta, provoca comentários mordazes de homens mais «ordinários». «Pois... tu não gostas dele cremado, só enterrado!»
No contexto de regozijo pela queima do Judas traidor, soltam-se fantasias inibidas pelos interditos sociais, assumindo a viúva, com beneplácito dos participantes, a liderança da consciência colectiva.
Depois do enterro, os gaiteiros do grupo de teatro Trouxa Mouxa, a comissão do funeral, a viúva e os seus amigos e comadres, voltaram para o café de onde havia partido o cortejo fúnebre, para continuarem o convívio pela noite dentro.
O funeral e queima do Judas cumpriram o seu papel. O apóstolo maldito, imolado num auto-de-fé popular, serviu de bode expiatório, de catarse regeneradora e reforçou a identidade de pertença à comunidade.




Em Vila Nova o funeral de Judas tem os seus fervorosos guardiães. Para o ano, por bem da ordem social, repete-se o esconjuro. E toca a gaita!
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24 de fevereiro de 2007
ENTRUDO CHOCALHEIRO
PodenceOnde a tradição dos caretos, politicamente correctos, se conserva.
Bomboémia
Grupo de bombos da universidade do Minho anima o Entrudo Chocalheiro de Podence. Com a integração de elementos exteriores, necessários, devido ao crescente sucesso e renome do Entrudo de Podence, o Carnaval dos caretos, com o tempo, vai acabar por perder a sua ruralidade, deixar de ser apenas património de uma comunidade local para se transformar numa imagem cultural de Trás-os-Montes e, quiçá, de Portugal, no estrangeiro.
Ciao Serenissima!
Neste trio apreciei a serenidade e a elegância, sobretudo da mascarada de cabeleira ruiva. Contemplando os seus gestos e vestes senti-me transportado para o Carnaval aristocrático de Veneza. Sem chocalhos de caretos e algazarra de madames matrafonas, o trio, mudo, sem destoar, fez-se notar, tendo passado com distinção no Entrudo Chocalheiro! Por isso, que volte pró ano, prá coabitação chocalheira da fidalguia com paisanada. É Carnaval, ninguém leva a mal!


GaiteirosFesta sem gaiteiro não é festa!
O grupo Trouxa Mouxa, de Vila Real, levou a animação a Podence

Sempre a chocalhar!
Rua abaixo, rua acima, lá andam os caretos, desatinados. As raparigas que se cuidem ou que se preparem!
Todavia, à falta de homens, também cá andam caretos de sexo feminino a chocalhar.


Os sete magníficosA tradição já não é o que era! A nova geração de caretos introduziu elementos de economia de mercado no Entrudo Chocalheiro. Para angariar fundos, sete dos caretos são turistas vencedores de um leilão na Internet.

O burlesco à soltaCom as tradicionais rendas a cobrir o rosto.
Desfile de marafonasO Entrudo, como interregno e válvula de escape de interditos sociais na comunidade rural.

Homem da lenha

Os sete magníficosA tradição já não é o que era! A nova geração de caretos introduziu elementos de economia de mercado no Entrudo Chocalheiro. Para angariar fundos, sete dos caretos são turistas vencedores de um leilão na Internet.


O burlesco à soltaCom as tradicionais rendas a cobrir o rosto.

Desfile de marafonasO Entrudo, como interregno e válvula de escape de interditos sociais na comunidade rural.


Homem da lenha
O entrudo de Podence está a transformar-se num espectáculo. A montagem de barracas de artesanato e de fumeiro destinam-se a satisfazer a avidez de consumo do turista urbano e intelectual que procura a aldeia. A transformação em evento de massas poderá ser a fase seguinte.

A magia dos símbolos
Casa do careto
É a instituição que pretende preservar uma manifestação cultural que noutras aldeias se perdeu com a hemorragia emigratória da última metade do século XX.
Casa de «avecs» Marca a diferença no património edificado. Emigrantes, novos senhores de Podence!
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